Saiba como evitar alguns transtornos mentais na terceira idade
Paralelo ao envelhecimento do organismo, doenças mentais podem aparecer na rotina de pessoas acima dos 60 anos. Por isso, elas devem apostar em hábitos saudáveis para prevenir ou retardar fenômenos psíquicos
A terceira idade chegou e junto com ela alguns anseios são aflorados, como a solidão e o medo das mudanças físicas. O que era para ser um período de descanso e sem preocupações, pode ser marcado por doenças mentais. Conforme Jamille Carvalho, psicóloga da Unimed Fortaleza (CRP 11 – 06545), os transtornos mais comuns nos idosos são depressão e ansiedade. “Nessa fase da vida, a pessoa está mais suscetível a perdas, doenças crônicas e limitações físicas, o que pode favorecer o surgimento de algum transtorno mental”, explica.
Por sua vez, a depressão é o distúrbio que mais afeta a vida do idoso, pois o seu diagnóstico é mais complexo em virtude do processo de envelhecimento do organismo, que pode apresentar sintomas semelhantes ao da doença. “Os principais sintomas da depressão são desmotivação, lentidão ou agitação psicomotora, alteração no apetite, distúrbios do sono, irritabilidade e dificuldade de concentração, sendo capazes de aumentar os riscos de suicídio em casos mais severos.” De acordo com Jamille Carvalho, o transtorno pode ser desencadeado pelos seguintes pontos: fatores genéticos, perda de um ente querido e abandono. “Além disso, alguns medicamentos podem levar ao surgimento de sintomas depressivos”, completa.
Já nos transtornos ansiosos, é comum as pessoas apresentarem insônia, tensão, taquicardia, sudorese, tontura e formigamento. “Tais sintomas são desencadeados por uma percepção catastrófica das situações, com a antecipação de algo ameaçador”, afirma a psicóloga. Na terceira idade, o fenômeno pode estar ligado às limitações vivenciadas na velhice, podendo surgir percepções negativas quanto a si mesmo e às próprias capacidades, dificultando atenção, memória e raciocínio.
Para prevenir o surgimento dos dois problemas psicológicos, é importante estimular o uso das capacidades físicas e psicológicas da pessoa acima dos 60 anos, “através de jogos de memória, apoio familiar, prática regular de atividade física, por meio do resgate de atividades prazerosas e facilitadoras da autonomia e independência, e do desenvolvimento de novos relacionamentos”, garante Jamille Carvalho. Por outro lado, mesmo quando os distúrbios mentais já existem, é possível conviver com eles realizando o tratamento adequado, por meio de acompanhamento psicológico e psiquiátrico, uso de medicação e refeições saudáveis.
Independente do tipo de transtorno detectado é importante ressaltar que a pessoa não está reduzida a essa condição. “Por isso, é fundamental conhecer as limitações decorrentes da doença e buscar uma melhor qualidade de vida,” conclui a psicóloga.